Introdução

A HBO anunciou The Last of Us como o próximo marco da televisão. Milhões aplaudiram antes mesmo de assistir. Afinal, o jogo original carrega peso, alma e uma história poderosa. Mas o que parecia promissor se transformou em decepção. A série trocou tensão por tédio, humanidade por discurso e protagonismo por panfletagem. No final, quem nunca jogou o game escapou do luto. E eu me incluo nessa sorte.

A promessa virou um rascunho emocional

A produção da HBO teve tudo nas mãos: verba, prestígio, roteiro já testado. Em vez de explorar isso com intensidade, preferiu desmontar a narrativa. O ritmo travou. Os diálogos escorregaram na artificialidade. A direção se perdeu entre ambição estética e medo de errar. Cada cena tentou soar profunda, mas só revelou insegurança criativa. Bastaram dois episódios para que a empolgação cedesse lugar à frustração. Além disso, a série parecia ignorar que o espectador moderno exige mais do que visual bonito — exige envolvimento emocional. E nisso, ela falhou completamente.

A série grita bandeiras, mas esquece de contar a história

Representatividade não causa problema. Narrativa rasa, sim. The Last of Us não integrou diversidade — empurrou. Alguns episódios pareciam escritos apenas para servir causas, não personagens. A história real desapareceu em meio a discursos mal encaixados. O roteiro parou de contar e começou a doutrinar. Por exemplo, o episódio 3, embora bem-intencionado, quebrou o ritmo e afastou a tensão central da trama. Em vez de enriquecer a jornada, criou uma paralela, forçada e descolada do todo.

O público respondeu com silêncio: 50% abandonaram a série

Quem acompanhou os primeiros episódios, esperava evolução. Encontrou repetição. O número de espectadores despencou. O público largou. E não por preconceito, mas por tédio. A série falhou em manter tensão, ritmo ou vínculo emocional. Quem assiste quer se envolver, não receber sermão. E não estamos falando de minorias barulhentas nas redes sociais — estamos falando de dados concretos. A audiência despencou pela metade. Isso não é rejeição ideológica. É indiferença narrativa.