MindsEye: O Desastre de um Game Muito Aguardado

O mundo dos games esperava com ansiedade por MindsEye, o título de estreia da Build A Rocket Boy, estúdio liderado por Leslie Benzies, ex-produtor de Grand Theft Auto. As expectativas eram altíssimas, com promessas de um thriller de ação e aventura com cinemáticas de ponta, direção de arte impressionante e jogabilidade envolvente. Contudo, o que os jogadores encontraram no lançamento, em 10 de junho de 2025, foi, para dizer o mínimo, um verdadeiro desastre.


A Queda de uma Estrela Anunciada

A pré-lançamento de MindsEye já dava sinais de alerta. Prévias iniciais da imprensa, por exemplo, apontavam problemas graves de performance e bugs. Isso levou o co-CEO da Build A Rocket Boy, Mark Gerhard, a sugerir um “esforço orquestrado” para denegrir o jogo, chegando a citar “fazendas de bots” para críticas negativas. Para piorar a situação, o estúdio optou por não enviar cópias antecipadas para a maioria dos veículos de imprensa, uma decisão que geralmente indica falta de confiança no produto final.

No entanto, nada poderia ter preparado a comunidade para o que viria a seguir.

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Um Campo de Batalha de Bugs e Desempenho Medíocre

Desde o primeiro dia, MindsEye se tornou sinônimo de problemas técnicos. As reclamações dos jogadores inundaram as redes sociais e fóruns:

  • Desempenho Catastrófico: Nos consoles, especialmente no PlayStation 5, o jogo sofria com quedas drásticas de taxa de quadros, frequentemente operando entre 20 e 25 FPS, com “screen tearing” constante. Infelizmente, nem mesmo PCs de ponta conseguiam manter uma performance estável, com relatos de travamentos e problemas de otimização.
  • Bugs e Glitches Abundantes: Os jogadores encontravam texturas que não carregavam, personagens se teleportando, inteligência artificial (IA) falha e até missões que quebravam completamente. Em outras palavras, a lista de bugs era extensa e comprometia severamente a experiência.
  • Ausência de Polimento: Muitos críticos e jogadores descreviam MindsEye como um jogo “inacabado”, com a sensação de ter sido lançado às pressas. Elementos como a iluminação estourada em algumas áreas e a pouca interatividade do mundo aberto apenas reforçavam essa percepção.

Comparado a Cyberpunk 2077?

A gravidade dos problemas fez com que muitos jogadores e a mídia comparassem o lançamento de MindsEye ao famigerado caso de Cyberpunk 2077. A PlayStation Store, inclusive, tomou a rara decisão de oferecer reembolsos para os compradores de MindsEye no PS5, algo que não acontecia em larga escala desde o lançamento problemático do título da CD Projekt Red.

Além dos problemas técnicos, as críticas também apontavam falhas no design do jogo em si:

  • Narrativa e Roteiro Fracos: Apesar das cinemáticas visualmente impressionantes, a história era descrita como clichê, com personagens pouco carismáticos e um roteiro inconsistente.
  • Combate Tedioso: A jogabilidade de tiro em terceira pessoa, que deveria ser um dos pontos fortes, revelou-se genérica, repetitiva e sem profundidade.
  • Mundo Vazio e Linear: Embora aparente ser um mundo aberto, o jogo era rigidamente linear, com pouca liberdade de exploração e interação, tornando o cenário de Redrock uma casca vazia.

O Que Acontece Agora?

A Build A Rocket Boy já emitiu comunicados pedindo desculpas e prometendo atualizações para corrigir os problemas de performance. De fato, patches e hotfixes já foram lançados, mas a comunidade permanece cética. Executivos importantes deixaram o estúdio dias antes do lançamento, adicionando mais lenha na fogueira da controvérsia.

MindsEye não apenas falhou em atender às expectativas, mas também conquistou a infeliz marca de ser um dos jogos com as piores avaliações de 2025 até o momento, ostentando uma pontuação baixíssima no Metacritic e avaliações “majoritariamente negativas” na Steam.

A questão agora é: será que MindsEye conseguirá se reerguer do abismo em que se encontra? A jornada de recuperação será longa e árdua, e o sucesso dependerá não apenas das correções técnicas, mas também da capacidade do estúdio de reconquistar a confiança de uma comunidade que se sente profundamente decepcionada.