
Introdução
Dificuldade sempre fez parte da identidade dos videogames. Mas alguns títulos vão além do desafio comum — eles se tornam experiências de resistência. O jogador não apenas joga: ele sobrevive, aprende, tenta de novo, e — se tiver sorte e habilidade — vence. Nesta lista, mergulhamos fundo nos 10 jogos mais difíceis de zerar de todos os tempos, analisando o que os torna tão brutais, lendários e viciantes.
10. Elden Ring (2022) – Um Mundo de Sofrimento, Livre Para Te Enganar
O último monstro da FromSoftware não só mantém o DNA de Souls, como o amplia em escala massiva. Elden Ring te dá liberdade… para morrer de formas inéditas. O mundo aberto oculta inimigos desproporcionais, masmorras mortais, bosses opcionais que te humilham e segredos que punem a curiosidade.Você pode evitar as lutas — mas, eventualmente, vai ter que enfrentá-las. Cada vitória é um alívio, mas a jornada é marcada por dor. Um épico de sofrimento elegante.
9. I Wanna Be the Guy (2007) – O Jogo Feito Para Te Odecer
Feito por um único desenvolvedor, esse jogo paródia existe apenas para destruir suas esperanças. Plataformas que somem, inimigos que caem do céu do nada, chefes absurdos como Mike Tyson e Mecha-Birdo. Nada faz sentido, e tudo tenta te matar. É uma mistura de trollagem, sadismo e genialidade. Quem o termina entra para uma seita secreta de masoquistas digitais.
8. Contra (1987) – Reflexos de Cirurgião, Vidas de Papel
Clássico dos fliperamas, Contra é o pai dos jogos difíceis. Com vidas limitadas, inimigos que atiram sem parar e chefes que ocupam a tela inteira, ele exige atenção constante e reflexos rápidos como uma cirurgia cardíaca. Um tiro basta para morrer. O jogo não perdoa. Muitos memorizaram cada pixel da tela para sobreviver. E mesmo assim… morriam.
7. Super Meat Boy (2010) – Plataformas Milimétricas e Espinhos por Todo Lado
Desenvolvido por Edmund McMillen, Super Meat Boy é um jogo de plataforma com controles perfeitos e um design que exige precisão absoluta. Você morre dezenas de vezes por fase — mas o respawn é imediato, incentivando o retry loop que define o estilo hardcore moderno. Cada fase traz armadilhas, serras, lasers e uma física que exige domínio total. O diferencial? Um replay no fim mostra todas as suas tentativas ao mesmo tempo — um massacre em loop que expõe a luta até a vitória.
6. Battletoads (1991) – Onde Começa o Trauma Gamer
Você já ouviu falar no “Turbo Tunnel”? É a fase que traumatizou uma geração inteira. Battletoads mistura beat ‘em up com corrida em alta velocidade, quedas de precisão, puzzles e… mais corridas em alta velocidade. O jogo exige reflexos quase sobre-humanos, memorização de padrões e uma coordenação difícil até para speedrunners. Jogar em modo cooperativo, ao contrário do que parece, só torna tudo pior — porque se um morrer, os dois voltam. Uma das experiências mais punitivas dos 16-bit.
5. Ninja Gaiden Black (2004) – Combate Cirúrgico, Sem Desculpas
Remaster de um dos jogos mais infames do Xbox, Ninja Gaiden Black coloca o jogador no controle de Ryu Hayabusa contra inimigos brutais em cenários cheios de armadilhas. A câmera traiçoeira, os combos difíceis e a inteligência artificial agressiva fazem cada encontro parecer uma luta de chefes. Além disso, o jogo quase não oferece ajuda: salvar progresso é raro, e muitos jogadores só avançam depois de dominar completamente o combate. Não é exagero dizer que, para muitos, Ninja Gaiden ainda é mais difícil que Dark Souls — só menos cultuado.
4. Cuphead (2017) – O Inferno Disfarçado de Desenho Animado
Visualmente, Cuphead é uma homenagem aos desenhos da Fleischer Studios, anos 1930. Mas por baixo da estética retrô existe um dos run and guns mais difíceis já feitos. Cada fase é uma luta contra chefes multiestágios com padrões complexos, ataques simultâneos e margens de erro ridículas. O jogo exige precisão, reflexos e memorização quase total. Não há “vida fácil” aqui: o bullet hell te obriga a repetir dezenas de vezes até decorar cada movimento. A frustração é real — e o senso de conquista, também.
3. Sekiro: Shadows Die Twice (2019) – O Samurais Soulslike
Sekiro é diferente de Dark Souls: ele te tira as muletas. Nada de escudo, builds variadas, invocações ou grinding fácil. Você joga como o Lobo, um shinobi em busca de redenção — e sua katana é sua única aliada. O sistema de postura e deflexão exige precisão no timing. Não basta defender: é preciso quebrar o ritmo do inimigo com perfeição. Chefes como Genichiro, Isshin ou o Macaco Guardião são coreografias mortais que não perdoam erros. Muitos jogadores admitem: Sekiro é onde eles finalmente desistiram. Mas para os que persistem, é uma das experiências mais recompensadoras dos últimos anos.
2. Ghosts ’n Goblins (1985) – Dois Golpes e Cueca
Você joga com Sir Arthur, um cavaleiro que enfrenta demônios para salvar a princesa — até aí, padrão. Mas Ghosts ’n Goblins (e sua sequência Ghouls ’n Ghosts) é uma armadilha disfarçada de jogo. Você só pode tomar dois golpes: o primeiro te deixa de cueca, o segundo te mata. Os inimigos surgem do nada, os saltos exigem precisão absoluta e as plataformas são traidoras. A cereja no topo do bolo? Para ver o final verdadeiro, você precisa zerar duas vezes seguidas. Isso mesmo: o jogo te reinicia como punição. Um clássico 8-bit que traumatizou gerações.
1. Dark Souls (2011) – A Morte como Instrutora Filosófica
Lançado pela FromSoftware, Dark Souls redefiniu o conceito de dificuldade no século XXI. Ambientado em um mundo decadente, sombrio e enigmático, o jogo não explica nada — não diz para onde ir, como vencer ou o que cada item faz. Você aprende morrendo. E morre muito. O combate é metódico, punitivo. Errar um único movimento pode significar perder horas de progresso. Chefes como Ornstein e Smough ou Manus não são apenas difíceis: são aulas de leitura de padrões, controle emocional e estratégia sob pressão. Mas, curiosamente, a sensação de vitória é igualmente desproporcional: Dark Souls transforma cada conquista em um rito de passagem. E é por isso que tantos retornam.
DARK SOULS: REMASTERED – Trailer de Pré-Venda
Conclusão: Não é Só Sobre Dificuldade, é Sobre Superação
Esses jogos não foram feitos para todos. São experiências que moldam o jogador, forçam evolução, ensinam a persistir e transformam cada vitória em algo sentido. Se você zerou algum, parabéns. Se não zerou, está tudo bem. Só de tentar, já está jogando no modo pesadelo.
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