
Na última semana, a Remedy Entertainment confirmou que FBC: Firebreak, seu novo shooter cooperativo baseado no universo de Control, alcançou a marca de 1 milhão de jogadores ativos. O número, revelado oficialmente em 26 de junho de 2025, marca um pico expressivo para o estúdio. No entanto, a comemoração veio acompanhada de um alerta direto: “ainda há muito trabalho pela frente”. A declaração sinaliza que, apesar do engajamento inicial, a experiência do jogo está longe de consolidar-se como sucesso absoluto.
Lançado para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, FBC: Firebreak surgiu como a primeira incursão multiplayer da Remedy. O projeto ambiciona expandir narrativamente o universo estabelecido em Control (2019), combinando combate cooperativo com elementos paranormais. No entanto, o título já enfrenta críticas sobre estabilidade, profundidade e monetização — desafios que colocam à prova sua longevidade.
Conceito e proposta do jogo
Desenvolvido como um derivado direto de Control, FBC: Firebreak posiciona os jogadores no papel de agentes da Federal Bureau of Control em missões para conter distúrbios paranormais. As partidas ocorrem em instâncias cooperativas, nas quais quatro jogadores enfrentam hordas de inimigos, resolvem enigmas e exploram ambientes distorcidos.
A Remedy adotou um modelo de jogo por sessões, com ênfase na cooperação online, estrutura semelhante à de títulos como Back 4 Blood, Warhammer: Darktide e Aliens: Fireteam Elite. A ambientação retoma o estilo brutalista e a atmosfera misteriosa de Control, incluindo arquivos, registros e fragmentos de lore interligados.
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Números iniciais e desempenho
De acordo com dados da plataforma SteamDB, Firebreak registrou um pico de 84.000 jogadores simultâneos no Steam nas primeiras 48 horas. O número representa o maior lançamento da Remedy em plataformas digitais até hoje. Nos consoles, a recepção também foi positiva em termos de acesso, embora sem métricas públicas precisas.
Contudo, o engajamento demonstrou queda consistente na segunda semana. Relatórios indicam uma redução de 47% no número de jogadores ativos em servidores públicos, sugerindo dificuldades em manter o interesse da base.
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Problemas técnicos e reclamações recorrentes
Apesar da proposta original, FBC: Firebreak foi alvo de críticas centradas em três pontos: instabilidade técnica, escassez de conteúdo e falhas no sistema de matchmaking.
Usuários relataram bugs persistentes, congelamentos durante partidas, e erros de sincronização que resultam em expulsões automáticas. Além disso, a falta de variedade nas missões e na progressão das armas gerou frustração entre jogadores habituados a loops mais complexos.
Sites especializados como GameSpot e IGN classificaram o jogo como “visualmente impressionante, mas mecanicamente vazio”. A nota média no Metacritic ficou em 67/100 para consoles e 63/100 para PC.
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Monetização agressiva gera controvérsia
Outro ponto de fricção diz respeito ao sistema de monetização. Embora o título não seja gratuito, FBC: Firebreak apresenta uma loja interna com skins, boosters de XP, passes de batalha e itens cosméticos premium.
Críticos argumentam que o sistema compromete o equilíbrio da experiência, já que certos recursos são acessíveis apenas mediante pagamento adicional. Nas redes sociais, jogadores expressaram indignação com os preços e acusaram a Remedy de adotar práticas típicas de jogos free-to-play.
Segundo dados levantados pelo site Eurogamer, cerca de 38% da receita do jogo nas duas primeiras semanas veio de microtransações, o que reforça a dependência do modelo.
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Estratégia da Remedy para reverter o cenário
Em comunicado publicado no site oficial, a Remedy reconheceu os problemas enfrentados. A empresa confirmou um cronograma de correções e atualizações para os meses de julho e agosto. As melhorias incluem:
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Ajustes no netcode e estabilidade dos servidores
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Novos mapas e modos de jogo cooperativo
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Rebalanceamento do sistema de progressão de habilidades
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Redução de preços e revisão das ofertas da loja interna
Além disso, a desenvolvedora prometeu mais “transparência com a comunidade” e abriu um canal oficial no Discord para coletar feedback em tempo real.
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Impacto na reputação do estúdio
A situação de FBC: Firebreak reacende discussões sobre os limites entre ambição criativa e viabilidade técnica. A Remedy, até então reconhecida por experiências single-player, enfrenta agora um teste de capacidade ao lidar com o ciclo contínuo de jogos como serviço. O caso também afeta a imagem do estúdio junto a investidores. Em 27 de junho, as ações da Remedy na Nasdaq Helsinki caíram 5,4%, após analistas revisarem para baixo as projeções de receita do segundo semestre de 2025. A pressão para reter jogadores e gerar lucro constante é evidente.
A reação da comunidade
A divisão entre os jogadores é visível. Enquanto parte da base elogia o estilo visual, a fidelidade ao universo de Control e o potencial de expansão, outra parcela cobra urgência nas mudanças prometidas. Tópicos no Reddit oficial do jogo evidenciam frustração com a falta de conteúdo, ausência de matchmaking regional e lentidão nas atualizações. Em fóruns como ResetEra e NeoGAF, usuários comparam o caso ao de Redfall e Outriders, outros títulos cooperativos que fracassaram em consolidar-se.