
Em outubro de 2001, a Rockstar North lançou um jogo que transformaria para sempre o design dos videogames: GTA III. Muito além de um simples título de ação em terceira pessoa, o jogo introduziu uma ideia poderosa — um mundo aberto vivo, livre e interativo como nunca antes. Até então, jogos seguiriam estruturas rígidas, com fases e trilhos narrativos bem definidos. GTA III mudou isso. De repente, o jogador não era apenas um espectador de uma história, mas um agente livre para fazer o que quisesse, quando quisesse — e o mundo reagia.
O nascimento de Liberty City
Inspirada livremente em Nova York, Liberty City se tornou o modelo de cidade viva nos games. Trânsito, pedestres, polícia, clima e estações de rádio criavam uma sensação de mundo real — algo que simplesmente não existia com essa escala e complexidade antes. A jogabilidade misturava tiroteios, direção, missões de múltiplas camadas e uma narrativa fragmentada, dando ao jogador a escolha de como e quando interagir. A liberdade virou regra.
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O impacto: o que veio depois de GTA III?
A influência de GTA III foi imediata e duradoura. Jogos como Saints Row, Watch Dogs, Sleeping Dogs, Mafia, Just Cause, Assassin’s Creed, Red Dead Redemption e até The Witcher 3 e Cyberpunk 2077 devem parte de sua estrutura ao DNA deixado pelo título. Mais do que criar um subgênero, GTA III ajudou a redefinir o conceito de jogo AAA. O “mundo aberto” se tornou não só uma tendência, mas quase um padrão da indústria. Desenvolvedores perceberam que o jogador queria mais do que apenas cumprir missões — ele queria viver naquele mundo.
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O atentado que quase cancelou o jogo
Poucos sabem, mas o lançamento de GTA III estava praticamente pronto quando os ataques de 11 de setembro aconteceram. O atentado lançou uma sombra sobre tudo o que envolvia violência urbana, terrorismo, e principalmente, Nova York.
A Rockstar ficou em pânico. Segundo entrevistas de desenvolvedores da época, a empresa considerou adiar ou até cancelar o lançamento. Algumas mudanças de última hora foram feitas, como a remoção de missões envolvendo aviões e a alteração nas cores dos carros da polícia para não parecerem os de Nova York.
Mesmo assim, o jogo foi lançado apenas um mês depois, em 22 de outubro de 2001. A recepção foi explosiva. Críticos e jogadores reconheceram imediatamente que estavam diante de algo novo, ousado e transformador.
O legado que perdura
Passadas mais de duas décadas, GTA III ainda é reverenciado. Não só por sua inovação técnica, mas por ter dado início à liberdade criativa que hoje é padrão na indústria. Seu impacto foi tão profundo que até jogos que nada têm a ver com criminalidade ou ação urbana se inspiram nele na estrutura e no design. Liberty City continua viva — e seu legado ainda influencia o modo como interagimos com jogos.
Ainda assim, GTA III não foi apenas um sucesso comercial: Foi uma mudança de paradigma. Um divisor de águas que provou que videogames podiam ser mais do que entretenimento: podiam ser universos vivos, onde o jogador era o centro do mundo. E pensar que tudo isso quase não aconteceu.